Alegria

Quando a Elis me convidou para escrever nesse blog e me deu o tema desse texto, achei que seria fácil trazer para as palavras algo que sempre foi tão simples para mim, mas me peguei indo e voltando em meio aos parágrafos tentando explicar o que talvez seja melhor sentir: a alegria.

Vinícius de Moraes e Toquinho já diziam que “é melhor ser alegre que ser triste,alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração”.

Para mim a alegria contém na sua fórmula dois ingredientes sagrados: amor e bom humor. Quando falo de humor não me refiro ao vestido de deboche que, se usado em tom de chacota,pode deixar alguém constrangido ou desconfortável. O meu humor é o que deixa a vida mais leve, é o que pode quebrar um clima tenso ou melhorar um momento ruim.

O meu humor é o que me faz uma pessoa aberta pro mundo e para as trocas, é o que eu quero que as pessoas pensem automaticamente ao se lembrarem de mim, é o sorriso que eu quero ver no rosto dos que estão a minha volta, é a leveza que eu desejo para vida de quem eu amo.

Humor também pode tratar de assunto sério, pode fazer crítica de forma inteligente, pode trazer o riso para questões importantes. Frejat canta que deseja que a gente descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero, e eu não só concordo como também devo dizer que já fui a pessoa que se esconde atrás da máscara da alegria.Hoje entendo que nem todos os dias serão leves e repletos de bom humor, a maturidade nos ensina a olhar de outra forma para os dias cinzas, a convidar a tristeza e a solidão para tomarem um café e perguntar por quais motivos elas insistem em permanecer ali.

Mas, tem gente que nasce com o bichinho da alegria e segue com ele como um grande companheiro pela vida e acho que no meu caso, foi assim! Na real, acredito que todos nós em algum momento da vida fomos ingênuos, alegres, puros… Afinal, não há sinônimo maior de alegria do que criança, que se permitir brincar, sonhar, cantar, dançar, errar e não tem vergonha nenhuma de ser feliz.

Ao longo da vida vamos deixando a rotina e as responsabilidades nos endurecerem e muitos deixam a alegria na estante e nunca mais a convidam para brincar. Crescer e amadurecer é maravilhoso, porém, em muitos momentos também pode ser duro demais. Não é fácil lidar com as frustrações, não é confortável estar em algumas situações e lugares, não é simples se desconstruir para reconstruir, tudo é processo!

Entendo que não dá mais para ir ao mercado de pijama ou vestida de princesa (#chateada), que não dá para chorar e espernear no chão do escritório porque foi demitido, que não dá para mostrar a língua pro chefe no meio de uma reunião, nem sair correndo pela casa porque não quer fazer alguma atividade. A questão aqui é não deixar a sua criança abandonada só porque hoje você é um adulto chato e cheio de boletos.

No fundo você e ela tem duas coisas em comum: ainda estão aprendendo a lidar com as próprias emoções e sabem o poder de um sorriso. No meu caso, em especial, eu adicionaria também o poder do doce de leite, afinal a minha criança sempre amou um docinho, a diferença é que hoje ele vai acompanhado de um bom e amargo café.

Que essas palavras te lembrem da alegria da sua criança, que você possa trazer o humor para sua vida para deixar os dias mais leves, que o riso te encontre mesmo que tímido por baixo de uma máscara, que você reconheça e agradeça os momentos de tristeza porque sem eles não saberíamos o quanto a alegria é boa!

E lembre-se: rir é um ato de resistência! Quando perdemos alguém que sabe misturar amor e humor com maestria, o mundo todo perde. E a alegria é algo tão marcante que eu não preciso nem dizer para você sorrir e entender sobre quem eu estou falando.

Que a minha alegria marque a vida de todos que cruzarem o meu caminho, como a sua marcou o Brasil, Paulo Gustavo.

Com amor e humor,

Bianca Ferraz